É Natal

Já é Natal. 
Eu sei que não é, mas tudo diz-me que sim. Sinto-o no aconchego de estar num lar, no estarmos todos, Príncipes e Princesas, na paz dum lugar bonito, no fresco Outono, no sol fraco a acariciar as nuvens, na mesa posta para um almoço especial, no cuidado que todos temos, nos gestos gentis, nos sorrisos.
Sinto-o nos sons, nas conversas, nas fotografias, nas meias e na ausência de sapatos, nos amigos e família que nos visitam, no esquecer de tudo o mais.
Sinto-o nas prendas e no sorriso da pequena Princesa que já sendo gente dança agarrada aos papéis coloridos, encantada com o som da versão moderna duma caixa de música, seguindo o ritmo com o minúsculo corpo, fazendo gracinhas, erguendo os pequenos indicadores no ar. Faz um ano que pela primeira vez respirou, sentiu o ar deste mundo, uma brisa acariciou-lhe o corpo, sentiu a mão do seu pai, o calor da sua mãe. Agora já come sozinha, parla, gatinha e começa a querer andar, já tem meia-dúzia de dentes, uma enorme vontade de viver.
Sinto-o na suspensão do tempo, nos abraços ao chegarmos e ao partimos, nos sorrisos, nas conversas sobre tudo e sobre nada, no tempo a passar sem nada fazer, tudo fazendo, afinal vivendo e nada mais.

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