Anjos

Não acreditamos que existam anjos, mas eles andam por cá. Os anjos, como os sonhos, são coisas de outros mundos, mas vivem neste. Existem anjos loucos que cuidam das almas, anjos com asas que nos elevam, anjos com dedos de fada que curam os corpos. Os anjos são bússolas em tempos de desorientação. Os anjos são sábios, curiosos, gostam sempre de mais saber.

Reconhecer um anjo é uma tarefa fácil para quem se deixa aproximar, esteja atento e os queira conhecer. Os anjos são seres que deixam uma indelével marca quando passam no nosso caminho. Nem mais, nem menos. Subtilmente, sem espalhafato, sem peneiras, imprimem serenidade, entregam paz. Em troca, somente pedem um sorriso, um olhar, um pequeno gesto, uma palavra. Os anjos gostam de palavras, poemas, prosas, livros, arte. Precisam de fantasia, gostam de voar, dançar, mudar de pele. Nunca perguntem a um anjo onde vai estar amanhã, porque os anjos somente querem ir, em liberdade, com as asas bem abertas, seja para onde for que o destino os leve, na certeza que sempre voltarão. Neste vai e vem, arejam as asas, libertam a alma, afrontam os seus fantasmas, são livres. Sim, os anjos também têm os seus fantasmas, as suas dores; também precisam de espairecer e de outros anjos que os ajudem nesta travessia.

Os anjos são simples mortais como nós, com virtudes e com defeitos; são seres delicados, aparentemente fortes, são almas duma enorme beleza, são anjos.

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