Um olhar
Um naco de gente, um olhar ainda perdido, um pequeno ser, já sujeito às amarguras da vida, mas que luta e que vence.
Penso que já a conheço, vislumbro o seu futuro, a beleza do seu estar.
Como nasce o amor?
Espero que nunca saibamos.
A beleza está no mistério, no tal mistério da vida que alimenta a fé, o misterioso ser religioso.
Dei por mim a rezar por estes dias. A pedir ao meu querido Santo António uma ajuda, um sinal, uma mão. Acendemos velas, falámos com ele. Algo terá feito, talvez após algum sinal da avó a quem chamavam Jorge, não resistindo ao sorriso da avó Antónia, à sabedoria da avó Lica Lica.
Dei por mim a amar ainda mais aqueles que amo.
Como se pode amar mais?
Guardemos também esse mistério. Peço que não investiguem, que não tentem perceber. É preciso preservar esse encanto, já basta o desencanto deste mundo.
Olho para ela, olho para o mundo e fico perplexo. Rendo-me à sua suavidade, ao seu tranquilo olhar.
O que faço com os males que nos rodeiam? Porque não olham eles nos olhos das crianças, um olhar que não engana, que somente pede paz, que nos tranquiliza. De que serve termos razão, de que serve tanta ganância, se o olhar das crianças deixar de existir, se esse olhar somente clamar por sossego.
Tenho um novo amor e sei que será para sempre. Tudo farei para que do seu olhar continue a imanar a mesma tranquilidade, a mesma paz.
Comentários
Enviar um comentário