Aviões
Os aviões continuam a espantar-me, a fascinar-me na sua aparente leveza, na sua monstruosa suavidade, mas o aeroporto é agora um local habitual, muito mais pequeno que antes, apesar de ser várias vezes maior. De espanto passou a local de abraços, de chegada e de partida, de emoções. Eles vêm e vão; por regra nós ficamos. Desta virão eles; um destes dias seremos nós a partir e eles a receber-nos, para depois nos verem partir, uma vez mais. Algo fizemos para que deste modo fosse, e assim é. Estarão e vão deixar de estar para mais adiante, lá ou aqui, nos reencontrámos. Os risos e sorrisos, esses, ficam sempre connosco, como fica a alegria da chegada e o amargo da partida. Tenho dificuldade em vislumbrar o caminho que me trouxe aqui, aquele em que o adolescente que sinto ser, envelheceu, passou a ser algo mais, foi pai destas maravilhosas criaturas, as viu crescer e partir, onde o aeroporto deixou os sonhos e passou a ser real.
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