Sol

A nave, estacionada a Oeste, é banhada por um sol esplendoroso. As portadas, viradas a nascente, estão quentes, a luz entra preguiçosa, morna, enquanto as vou abrindo. RP, a nossa gata selvagem de estimação, já me espera no passadiço exterior, aguarda o pequeno-almoço. De imediato entra em casa, inspeciona e sai. Não quer perder uma gota de luz, este abraço que sentimos em cada raio do sol. Sento-me no beiral, na única existente nesga de sombra. Ainda ontem fugia dela, hoje procuro-a. Sem ela era-me insuportável estar aqui sentado, não aguentaria a rude carícia do sol, o seu toque. No leitor espacial desfolho as notícias do dia. Múltiplos pássaros piam à minha volta. Não os vejo. Não fosse o ruído monótono dos motores e era o silêncio perfeito. Vou para dentro, os braços escaldam. A casa contrasta, obriga-me a vestir uma camisola. Sabe bem pensar que é verão, sendo primavera. #VaiFicarTudoBem

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