A pairar
Sinto-me a pairar, enrolado em ventos cruzados, num turbilhão de acontecimentos, sem que consiga influenciar um que seja, puxado por todos eles. Sinto-me a pairar em cima de nuvens electrónicas que me ligam a quem gostaria de abraçar, com quem gostaria de partilhar uma refeição, uma sandes que fosse, sentados no beiral duma qualquer porta. Sinto-me a pairar no tempo, em órbita, sem que seja claro quando tudo vai voltar. Tudo está suspenso, como estão os planetas e todos os outros astros, os satélites e as naves. Tudo está suspenso, sujeitos à lei da gravidade, da atração interplanetária, pairando, suspensos uns nos outros, num jogo que jamais queremos que acabe. Pairando estamos nós, suspensos dum invisível bem real, pendentes daquilo que nos une, que nos atrai, e que num destes dias voltará a ter a forma dum abraço. #VaiFicarTudoBem
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