Novembro

E aos primeiros dias de Novembro, voltamos às naves, preparamos a subida a órbitas mais elevadas. O Posto de Comando endureceu o discurso, aumentou a pressão sobre a maldita curva, precisamos que baixe, para que consigamos ter esperança num Natal mais calmo. Trabalhar ao postigo volta a ser obrigatório, evitando o contacto com clientes e colegas. Nada parece ter mudado mas tudo mudou. Ontem, fomos ao cinema; estavam seis espectadores numa sala que me pareceu enorme. Hoje, o cemitério estava estranhamente silencioso, vazio; cumprimos a tradição num ritual algo diferente. No passadiço a sul, sinto o morno verão de São Martinho, estranho estar de camisola de manga curta, a ligeira brisa, a luz. Apetece castanhas para nos aconchegar a alma, para aplanar a curva da incerteza, da ansiedade. Olhando o mundo deste prisma não encontro a mínima diferença para o normal avanço dos dias, mas os dias avançam sem que de normal tenham parecença. #VaiFicarTudoBem 

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