Desconfiar desconfinamento

Ao terceiro dia passado neste mês de Julho, é verão e desconfio do desconfinamento. Talvez seja do som, da proximidade das palavra, das oito letras comuns. Onde estamos realmente? Não tenho a certeza. Com a nave pousada no solo, começo a sentir saudades dos tempos em órbita. A agitação destes novos tempos perturba-me o espírito, desinquieta-me a alma. Lá em cima, pairando, era bem mais calmo; vivíamos suspensos, em silêncio, recolhidos, aguardando, mas sabendo onde estávamos, com esperança no futuro. Agora sinto que vivemos na dúvida, na incerteza, num vazio estranho, num ponto da travessia cheio de buracos. O posto de comando já não é porto seguro, os comentários futebolísticos e a politiquice reles voltaram a ocupar o terreiro público. Gostava dele vazio, ausente de parvoíces, do diz que disse, de rasteiras matreiras, da total falta de bom senso e de sentido de serviço público, de calma. Que mistura é esta agora? Não é vírus, nem é normalidade. É uma anormalidade  
bacocamente travestida daquilo que queríamos que fosse mas não é. Vivemos um engano, sabendo que o é, fingindo que outra coisa será. Não se preocupem, a loucura não se agravou; somente são ecos de dias mais agitados. Um excelente fim de semana para todos vocês. #EuQueroVoltar #VaiFicarTudoBem 

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