Covid dia 70

Aos vinte e quatro dias passados do mês de maio, do ano de dois mil e vinte, registo neste diário a septuagésima crónica. Mais de dois meses e meio passaram, num tempo que simultaneamente foi um ápice e uma eternidade. Gosto da palavra ápice, sinónimo de ínfima fração, que muitas vezes utilizo que me lembra a íntima fração que durante anos escutei. O estado em que estamos vai-se lentamente mesclando com um novo normal, as restrições vão sendo aliviadas, vamos tomando menos atenção às indicações do Posto de Comando. Não sentimos ainda o alívio que queremos sentir, o abandonar que procuramos, a descompressão que precisamos. Está mais leve mas ainda pesa sobre nós. Os gatos vadios espreitam cá para dentro, observam-nos na nossa cápsula, pedem atenção, comida. Para eles a vida não sofreu qualquer alteração, cuidámos que assim fosse, cuidamos que assim continue. #EuQueroVoltar #VaiFicarTudoBem

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