Covid dia 62

Todos falam no erre tê, na bússola que tem guiado os sábios e os líderes, a que nos dará o norte nos próximos tempos. A aplicação prática do método científico ao estado em que estamos. Rigor na observação, raciocínio lógico nas deduções, conclusões baseadas em experimentação e nos dados recolhidos. Neste estado das coisas, não existe alternativa, o rigor científico é a única bússola que devemos usar. A ignorância e a costumeira opinião têm de ser  relegadas para o buraco de onde nunca deveriam sair. Ignorar os números, ignorar que só sabemos aquilo que sabemos, é meio caminho para o desastre. Felizmente os comentadores televisivos foram substituídos, em boa parte dos casos, por especialistas que sabem do que estão a falar. Assim gostaria que continuasse mas tenho pouca esperança que assim venha a ser. Já reapareceram os arautos das desgraças, os denunciantes da verdade, os que insistem em perguntar porquê com toda a convicção. A prova é que os heróis destes tempos, aqueles que todos aplaudimos das varandas, aqueles que estiveram na linha da frente, já voltaram a ser as bestas de sempre, os negligentes, os únicos que erram, os culpados das filas de espera. Infelizmente, os coitados dos entendidos de meia tigela, os que sabem de tudo e nunca erram, também são gente, têm de ganhar a vida e a malta aplaude o seu regresso. O pior é saber que este verão só poderemos ter um máximo 5 pessoas por toldo, colmo ou barraca de praia. Isso sim é um problema. Que cena é esta do colmo? Que nos valha o Santo António.#EuQueroVoltar #VaiFicarTudoBem