Covid dia 51

Ontem tive de levar o transportador individual a uma oficina para rectificar líquidos. Tem tido sedes de todo o tipo excepto de gasóleo, que de nada serve estando parado. No caminho passei por locais habituais, locais de todos os dias. A tentação de parar, sentar-me e beber um café acompanhado dum caracol, foi enorme. Que saudades. Como podemos sentir tamanha vontade de rotinas tão simples e que julgávamos menores. Tão bons são aqueles 10 minutos de silêncio, às 8:40, saboreando um café e um delicioso caracol. A paz é aquilo que sentimos nestes momentos, enquanto ocupantes do planeta azul que vislumbro da escotilha da minha cabine. Uma voz cá dentro avisou-me que é assim que o mal actua. Resisti; não parei. Esta merda não mata mas mói. Estou farto desta coisa, de ter receio de fazer as coisas mais simples fora do perímetro da nave. Oiço o ruído do ponto morto dos motores da nave ecoando dentro de mim. Esta noite, no silêncio da madrugada, era omnipresente, impedia-me o adormecer. Ignorei-o, como o fazemos continuamente, e deixei-me levar nos braços de Morfeu. O sol nasceu e tudo voltou onde ontem estava. Somente parei de contar. O dia que é hoje podem facilmente saber consultando um calendário. Tenham um bom dia. #EuQueroVoltar #VaiFicarTudoBem

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