Covid dia 34

À nossa nave, chegam-nos relatos da existência de ratos nos porões de alguns dos cargueiros. Pequenos roedores fedorentos que andam a lucrar com a situação em que estamos, metendo ao bolso pequenas fortunas, sujas, aumentando o preço daquilo que, faz pouco tempo, valia poucos cêntimos. Existem ainda notícias de autêntica pirataria internacional, roubo de meios de proteção e de socorro, subtraídos aos transportadores nos ancoradouros espaciais intermédios. Com certeza há quem defenda que é a aplicação prática da lei da oferta e da procura. Não, não é! É mesmo falta de coluna vertebral e a mais pura lei da selva. Felizmente, existe uma larga maioria que está no outro prato da balança, no lado dos justos, no lado daqueles que dão o que têm e aquilo que não sabiam ter, daqueles que se preocupam em tomar conta dos outros, daqueles que, muitos deles em situações bem complicadas, fazem tudo para tornar mais fácil a situação em que estamos. Trigésimo quarto dia de recolhimento, dezoito dias passados deste estranho Abril. Hoje a Záza fazia anos, faz anos. Esta crónica foi escrita com ela ao meu lado. Tenham um bom dia.

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