Covid dia 13

Forço-me a que os outros não comecem a ser estranhos a evitar. Cumprimento todos por quem passo.  Bom dia. Não resisti, fui comprar o Público, faz-me falta. Esperei na fila que os estranhos que já antes aguardavam comprassem o que tinham a comprar. A cada um aumentava a minha vontade de gritar, de lhes perguntar se não tinham visto que havia mais gente esperando, que se deviam apressar. Para quê? É Sábado, a Primavera está fresca, o sol está lindo, hoje temos menos uma hora para ocupar. Não é por acaso que neste momento partilhamos estas reflexões. Todos nós estamos a reflectir sobre o mesmo. Aquilo que estamos a cuidar, aquilo que sentimos saudades, aquilo que percebemos que podemos prescindir. Conseguimos ser felizes com tão pouco? Doutro modo não haveria gente feliz em muitos países de África, na Índia, nas favelas. Estamos bem. Fiquem seguros. Vinte oito dias passados de Março, dois mil e vinte, décimo terceiro dia a viver no filme. Abraço. Bom dia

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