Princesa, acorda.

Faz anos que não o dizia. Voltei a dizê-lo como se nenhum intervalo tivesse havido, num exercício, assustadoramente belo, de normalidade. Por uma ínfima fração, na ainda escuridão, regresso, procuro o seu ombro e com um ligeiro abanar interrompo-lhe o sono, sinto a habitual reação.
Princesa, acorda, temos de ir.
Estou acordada, pai.
Espero, como sempre esperei, em continuidade, somente interrompida, por um longo instante. Tudo mudou mas o essencial manteve-se inalterado.
Bastou um sorriso, um abraço e voltámos a ser quem éramos na certeza que já não o somos.

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