Casa cheia

Cheia a casa está, cheia tem estado. Cheia de gentes, sabores, músicas, línguas diversas - naturalmente mescladas -, risos, alegria. Vieram e acomodaram-se, parecem sentir-se bem por aqui. Estão como se esta fosse sua, como sempre aqui tivessem estado. Afinal tão iguais que nós somos, nas nossas diferenças; tão simples é estarmos juntos, partilhando espaço, uma refeição, histórias, víveres, descobrir que todos nascemos, crescemos, temos pai, mãe, irmãos, avós, medos, vivências e quereres. Cada dia é uma nova festa, um novo navegar, uma nova comunhão. Eles são amigos sem fronteiras, cidadãos deste novo mundo, desta nossa Europa. Viajam com pouco, na certeza que muito encontrarão, que as âncoras que têm por cá lhes darão um bom ponto de abrigo, o aconchego que precisam, o essencial para vencerem cada dia. Pouco trazem, muito aqui deixam, algo mais levarão. Agora vieram, um dia destes, será a vez dos nossos irem ao seu encontro; algures, no futuro, todos estarão cá mais uma vez. Por ora ficamos com o doce sabor destes dias.

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