A nice cup of Tea

Faz hoje uma semana não resisti a escrever ao Miguel Esteves Cardoso o seguinte mail:

Estou sentado na minha cozinha, tenho esta luz maravilhosa a entrar pela janela e a casa está em silêncio. Tomo o pequeno almoço, como faço quase todas as manhãs, lendo o Público. Minutos atrás abri o Fugas e comecei a ler a sua crónica. Pareceu-me que estava a ler O Perfume, onde senti iguais
 sensações, ir lendo e sentindo de forma quase real. Um espanto de crónica de tão simples e tão fora deste mundo estranho em que vivemos. Uma ode às coisas boas da vida. Fez-me lembrar a minha avó e o chá de Bela Luísa que bebíamos  acrescentando sempre mais água após as primeiras chávenas serem servidas, quando chegávamos a Portimão no Verão. Delicioso. Obrigado.

Nota1: a meio da leitura, no meio de vários sorrisos, levantei-me para verificar, para felicidade minha, que aqueço a água, todos os dias, numa Morphy Richards de aluminio e tampa preta.

Nota2: Comprei Chá Gorreana dos Açores (não sei se existe Gorreana noutros lados) na maravilhoso Café Saudade junto da estação de Sintra. A Saudade merecia uma crónica.

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Ele respondeu-me agradecendo o meu texto e a minha ideia de crónica. Na segunda-feira seguinte, publicou uma crónica sobre o Café Saudade e mandou-me cópia digitalizada.
Este mundo é engraçado!




Café Saudade no Facebook


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Tempos antes tinha-lhe escrito o seguinte:


Olá Miguel,
Estava para lhe (ou te) escrever faz alguns meses, desde a crónica sobre a tralha lá em casa, mas hoje teve mesmo que ser. Miguel era para mim sinónimo de pedante e de "a evitar" Algo mudou em mim ou em nós dois, que me levou a começar a ler, com gosto, as crónicas diárias no Público. Leio com redobrado prazer e recorto e guardo as que mais me tocam. Obrigado por estes pedacinhos de bom jornalismo e ou literatura diária. Sabem muito bem.
Hoje não consegui acabar de ler a crónica. Como fazia o meu pai, tentei ler, em voz alta, à Maria João (coincidências, a minha companheira de vida também se chama Maria João) mas a voz ficou embargada a meio. Cada vez estou mais piegas e emociono-me muito mais facilmente. Por vezes parece-me que estou a ler a minha própria vida (com excepção, entre muitas outras coisas, que o Miguel vive junto do mar e eu gostaria de viver).
Ontem, pela primeira vez, entrei no IPO. Descobrimos a semana passada que a minha sogra estava doente e ontem começou os exames para decidirem o que fazer.  Até agora correu tudo bem e vai continuar a correr tudo bem, espero eu.
Um abraço.

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